quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Eu não sou - nem tenho a pretensão de ser - poeta. Compartilho deles apenas os motivos de escrever: é que as palavras esmiuçam aquilo que aflige o peito e bagunça as ideias. E aí é que nos diferimos: se as palavras poéticas enfloram, encantam, enaltecem sentimentos, as minhas estraçalham coisas que eu tento, quase sempre sem sucesso, não sentir. Porque eu prefiro teorizar; prefiro escrever pra não sofrer; prefiro ser livre pra não decepcionar. Não sirvo pra protagonizar histórias bonitinhas, não sirvo pra ser a artista - só sirvo pro roteiro. Não que às vezes eu não chame atenção, eu só acho que há de haver algo mais profundo que a beleza pra que prestem atenção em mim. Então, até que eu tenha algo útil pra dizer, eu vou me escondendo nos cantos, me calando, vou deixando minha timidez me aquietar. Mas vou observando, destilando e, obviamente, criticando. Porque, ao contrário de muitos, eu me assumo com meus mil defeitos: pareço anêmica, ando descabelada, rio de bobagens e sou mal educada. Mas eu sou assim mesmo, sou feita de decepções, de arrependimentos e de inúmeras rejeições - que acabei tornando minha força motriz.

2 comentários:

  1. Essa beleza a qual você se refere é efêmera, você é bela de forma singular, e uma beleza que, no caso, dura. Eu te admiro, e não sei o que foi com a vida que nos fez assim distantes, mau entendidos, conclusões precipitadas e essas decepções as quais você imputa, e nem sei se esse distanciamento poderia vir a se tornar reaproximação, afinal as decepções estão ai dos dois lados. Contudo, você com seus mil defeitos é sim profunda o suficiente para ser notada. Abraços

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  2. Assunto para ser discutido em lugares menos públicos, convenhamos KJGHSFKJGHSDKJFG

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