segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Eu só quero aquele par de olhos azuis .

Ela veio andando pelo corredor e eu entrei no elevador correndo, pra não ter companhia na subida. Ela se apressou, entrou no elevador e meio ofegante apertou o botão do quinto andar. Os olhos dela eram lindos, azuis que nem o céu. Falava ou não um oi? Ela sorriu. Meu Deus, aquele sorriso me deixou sem fôlego. Respiro ou retribuo o sorriso? Ela virou os olhos enigmáticos pro meu lado e perguntou o que eu estava ouvindo. Aerosmith, respondi. Será que ela gostava de Aerosmith? O elevador parou. Ela saiu e disse tchau.

A partir daquele dia, eu pensava nela o tempo todo. Tenho que pagar aquela conta... Ah, aqueles olhos... A água do miojo já está fervendo... Nunca vi sorriso mais lindo. Fui até o apartamento dela. Ela abriu a porta e me olhou com cara de interrogação. Será que se lembraria de mim? Ela sorriu e disse: Oi Aerosmith. Fiquei sem reação. Ela deve ter percebido. Céus, como sou burro. E sabe o pior? Ela percebeu. Quer dizer, eu não sei se ela percebeu, mas como não veria o pânico na minha cara? Eu disse algo que nem lembro mais. As palavras simplesmente jorravam pra fora da minha boca. Ela pareceu não entender. Gritei: "Eu não penso em mais nada senão você" e sai correndo. Idiota, como sou idiota.

Demorei uma semana para vê-la de novo. Os nossos olhares se encontraram e ela fingiu não me ver. Me odeia, me acha um ridículo, pensei. Não sei o que se passou na cabeça dela naquele momento. Corri atrás dela. Peguei seu rosto em minhas mãos e o virei. Senti um arrepio percorrer minha espinha enquanto pensava em beijá-la. Levei meus lábios em direção aos dela e quando pude sentir sua respiração meio ofegante senti algo na minha face direita. Ela havia me dado um tapa. Gritou comigo, mas não identifiquei o que ela dizia. Senti meu coração bater de um jeito dolorido, pesado. Ela foi embora. Cada vez que escutava seu salto fino bater no assoalho sentia meu estômago embrulhar mais e mais.

Soube que ela se mudou daqui. Meu pensamento ainda vaga até ela, mas eu o obrigo a parar. Minha mente sabe me torturar. Preciso arrumar outra mulher, outra que prenda meu pensamento. O problema é que eu não quero. Só quero aqueles olhos azuis que ficam escondidos por trás do cabelo preto.

(só mais um conto que fala de amor)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


"Os fracos nunca perdoam. O perdão é uma virtude dos fortes".



Essa é a minha sorte do dia no orkut. Engraçado, sempre achei que fosse forte. Sempre me julguei capaz de suportar tudo de ruim que pudesse me acontecer. Entenda: eu disse suportar, não superar. Superar todo mundo supera. O tempo passa e as feridas curam, de verdade. Mas o que atormenta é o 'suportar'. Eu, que sempre fui madura, decidida, fico tremendo e ameaçando chorar só de pensar em duas pessoas juntas. E me dói, me dói muito, não poder me declarar, nem gritar meu sentimento. E se o que eu estou pensando tiver de fato ocorrido, eu não sei se vou conseguir perdoá-lo.
E ai chegamos ao problema: sou ou não sou forte? Porque tantas lágrimas, porque tanto sofrimento? Que coisa mais patética. Não me acho fraca. Passei por muita coisa difícil de aguentar. Mas o amor tá acabando comigo, tá acabando com a minhas resistências. Perdão, pra mim, não é coisa pra gente forte. Perdão é pra gente imaculada.


PS: perdão pelo post emo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Monólogo.

-Ele está online.
-Ocupado.
-Mas online. Falo com ele?
-Não, não. Ele tá ocupado. Vamos lá, você sabe muito bem que ele tá jogando.
-Mas...
-Mas nada. Ocupado significa ocupado.
-Ah.
-Além do mais, se ele não te procurou desde sexta, ele não tá sentindo sua falta.
-Claro que tá.
-Porque ele sentiria?
-Porque ele me ama.
-Ama?
-Ama.
-De onde você tirou isso?
-Eu não tirei de lugar nenhum, eu sei. Simplesmente sei.
-Interessante. Eu já acho que ele nem lembra de você.
-Ah, lembra sim. Ele deve lembrar de mim só de olhar pras coisas.
-Você é tão iludida.
-A gente é tão unido, não é possível que ele não lembra de mim o tempo todo.
-Ele deve lembrar de você no máximo uma vez por mês.
-Para! Ele vive lembrando de mim.
-Tá bom, continua ai acreditando nisso, cansei de você e essa sua paixãozinha.
-Ótimo! Vai mesmo, me deixa quieta. Vou falar com ele.
-Não vai não.
-Tudo bem. Eu nem gosto dele mesmo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ridiculamente nobre.

É tão lindo quando ele sorri inocente, aquele sorriso bobo, infantil.


É tão reconfortante vê-lo todos os dias, sentado sempre no mesmo lugar.


É tão assustador pensar em não estar com ele todos os dias.


É tão alucinante quando a mão dele toca meu corpo.


É tão estranho sentir o formigamento quando nossas mãos se entrelaçam.


É tão constrangedor sentir meus lábios formarem um sorriso quando penso nele.


É tão deprimente discutir até as últimas com ele.


É tão lindo ler suas palavras gravadas em cada página do meu caderno.


É tão incontrolável a vontade de chegar mais perto de ficar com ele mais um instante.


É tão humilhante o cíume.


É tão sincera a cumplicidade.


É tão nobre o sentimento.


É tão singelo o rubor.


É tão consumidor o desejo de declarar-me.


É tão ridículo estar apaixonada